domingo, 25 de janeiro de 2009

TEXTOS DE DOMINGO II

ISTO É COISA QUE SE FAÇA?

Tornou-se lendária a frase: “isto é coisa que se faça?” pronunciada em princípio dos anos 60, do século passado. Para ser mais exato, no ano de 1961.

O grito ecoou na beira do rio na localidade de Umari. Foi um grito de desespero de um velho agricultor que não se conformava com o fato de que sua plantação estivesse toda debaixo d’água, em conseqüência da grande cheia, provocada pelo estrondoso inverno daquele ano.

O rio naquele tempo não era perene, como hoje, devido a Barragem Jessé Pinto Freire, a conhecida Barragem de Umari. O rio enchia na temporada do inverno e secava no período sem chuvas.

Pela noite havia já alguma água correndo no leito, mas não parecia que ia encher tão de repente.

Aí o velho foi dormir deixando uma lavoura boa assim como um bom feijão já seguro e um partido de milho bonecado e outro cheinho de espigas, fora algumas melancias e jerimuns que já havia ali, e estavam prontas para a colheita.

De madrugadinha, o velho levanta-se e vai contemplar o horizonte. Ele sabia que tinha chovido muito. Assim, imaginava que o rio estivesse cheio, mas não para tanto.

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DEZESSETE

A medição do que falta para a sangria da barragem de Umari continua. Agora faltam dezessete centímetros.  Parece pouco, mas falta muita água...