segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ESSA TAL LIBERDADE

Digo aos jovens de hoje que eles não devem abusar da liberdade que têm a sua disposição. Digo sempre a eles que vivi um tempo em que não podíamos exercê-la nem em casa, nem na escola nem em canto nenhum.

Em casa, não podíamos nos manifestar, ainda que estivéssemos cobertos de razão. Nossos pais priorizavam a fala para os mais velhos, a começar por eles. À mesa, ficávamos em silêncio. Dava até para ouvir o mastigado e o tilintar das colheres.

Na escola, nossa participação se resumia em ficarmos sentados, ouvindo as explicações do professor. Raras vezes éramos chamados a responder ou perguntar alguma coisa. Em algum momento, éramos chamados ao quadro para responder uma questão, principalmente de matemática.

O professor era chamado de professor ou pelo seu nome. Agora não. Há uns que nos chamam de ei, de cara, de lesado ou outra coisa semelhante. E ainda por cima, há quem defenda isso. Acham que temos de nos adaptar. Na minha época de adolescente, o país vivia um momento de exceção.

O regime ditatorial, que eles chamavam de Revolução, não permitia as liberdades individuais. As leis não tinham valor para o cidadão como hoje. Agora temos lei para tudo. Começando pela Constituição, ela dar aos cidadãos direitos amplos. Há o Estatuto do Idoso, da Criança e Adolescente, etc.

Com todas essas liberdades, há gente exagerando e abusando. Há gente trocando os pés pelas mãos e avançando o sinal. Há gente confundindo as coisas, querendo interpretar a liberdade de uma forma não muito convencional. Para eles, liberdade é fazer o que queremos, sem a responsabilidade. Se usamos nossa liberdade e prejudicamos o outro, não é liberdade no sentido puro da palavra. Aí já é outra coisa.

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TRINTA E UM

Trinta e um centímetros é o que falta para a sangria da barragem "Jessé Pinto Freire", a conhecida barragem de Umari.