quarta-feira, 20 de abril de 2022

CRÔNICA

Viagem

"Vou ali ver como está o outro lado da cidade". Viu pessoas que chegavam apressadas. Outras bem lentas, passo do gado. Um senhor que chicoteava um cavalo que não queria andar saía para fora da cidade para buscar ração natural. Havia uma velha senhora que catava lenha, bem distante do homem da carroça, a uma boa distância.

Viu mais longe ainda, carros que corriam pelas estradas a toda velocidade e até a moto de pouquíssimas cilindradas que se esgueirava entre os carros e teve que sair da pista e andar no acostamento para não se transformar em mais uma vítima do trânsito. Uma carroça corria veloz como se o cavalo estivesse desembestado. Mas não. Era um daqueles condutores que chicoteiam com muita força o pobre para ver se ele anda ligeiro. Um trem apitava feito doido ainda mais longe. Carregava gente, bicho e mercadoria.

Num close de olhos, pode ser processada na mente uma grande viagem. Fechou um, depois o outro. Não por preguiça, mas por hábito ou até por nada mesmo. Era costume dele fazer tais viagens.

E continuou. Foi mais longe e até conseguiu atravessar a pista e esgueirar-se num grande cercado, onde havia uma plantação de milho. Entrou e examinou cuidadosamente para ver se havia alguém por lá. Não havia. Decidiu andar mais para ver o que tinha do outro lado. Muita plantação tinha que vencer para atravessar todo o terreno. Que fazer? Voltar?

Voltou. Não havia nenhum dos personagens que tinha visto na ida. O que viu foi um caminhante que resolveu acompanhar a moda de caminhar logo cedo. Deu bom dia e voltou ao ponto onde estava. Abriu os dois olhos e levantou-se para começar os afazeres do dia.


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TRINTA E UM

Trinta e um centímetros é o que falta para a sangria da barragem "Jessé Pinto Freire", a conhecida barragem de Umari.