O negrinho do pastoreio
O manto negro da escravidão cobria a terra brasileira.
Os escravos sofriam penas cruéis impostas pelos maus senhores.
Foi nessa época de dor par a raça negra que um pequeno escravo, menino de catorze anos, se tornou o o herói desta lenda simples, que criou um gênio e imaginou um santo.
Muitos camponeses gaúchos creem no Negrinho, e acha possível que alguém o tenha visto subir ao céu apoiado numa nuvem luminosa, tendo do seu lado a virgem a sorrir-lhe...
Pelas estradas rio-grandenses, não é raro verem-se velas acesas sobre os moirões dos currais.
Estando a vela acesa, o Negrinho saberá que o gaúcho está aflito e irá em busca da ovelha tresmalhada.
O Negrinho conhece a imensa planície dos pampas. Ele viveu ali cuidando dos animais, feliz no trabalho que tão bem conhecia e amava. Mas um dia seu amo e senhor, estancieiro e cruel, deu por falta de um novilho. Espancou barbaramente o menino escravo e o mandou á procura da rês perdida.
O negrinho andou, andou, andou... e voltou triste, certo de receber outro castigo.
O estancieiro carrasco o recebeu a chicote. Desancou-o até que o sangue começou a escorrer-lhe pelo corpo. Depois, como se não bastasse tamanha crueldade, amarrou-o, seminu, a escorrer sangue, em cima de um formigueiro.
Passaram-se três dias e três noites.
Na manhã do quarto dia, o estancieiro resolveu ir ao formigueiro retirar corpo e enterrá-lo.
Que viu?
O Negrinho estava vivo, iluminado com uma luz diferente, lindo, misteriosamente suspenso no meio dos novilhos.
Por entre as nuvens, a Virgem Maria, sorrindo, abençoava-o.
Diz o povo que o Negrinho nunca mais saiu da terra. Vive nos campos, nos rios, e nas estâncias, entre rebanhos, andando por toda parte à procura dos animais doentes e perdidos... (Pingos de leitura, quarta série - Norma de Castro Leite e Maria Angelina Generoso)
CHUVAS DE MARÇO - As precipitações pluviométricas do mês de março foram aproximadas de janeiro. Não chegaram aos trezentos milímetros, mas andaram perto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário