sábado, 23 de abril de 2022

CRÔNICA

A descoberta

Partiu no começo da madrugada e não avisou a ninguém o seu destino. 

Como avisaria, se nem ele sabia para onde estava caminhando?

Saber, sabia, mas o que estava planejando fazer. Era uma descoberta. Para que conseguisse cumpria seu intento, precisava de pessoas que compartilhassem seu destino. E foi o que fez. Chamou dois amigos dos bons e corajosos.

O que ele queria mesmo descobrir? Esperem, que mais adiante todos vão saber.

Saiu célere, numa pressa de quem não quer perder o bonde e cumprir uma missão importante. 

O caminho, além de tortuoso, havia obstáculos que os impediam de caminhar com facilidade. Era um caminho que não permitia o uso de transporte nenhum. As pernas eram o transporte único. 

Adentraram a mata adentro e foram em direção do destino, guiados, é claro, pelo personagem que tinha interesse na descoberta.

Descobriu, enfim, mas sem antes ouvir os resmungos, como de costume, quando passava muitas vezes por aquele trecho. 

Os resmungos e pequenos grunhidos era tudo o que encabulava nosso personagem. Daí veio a ideia de procurar descobrir o que aquilo se tratava.

Um doido, quase varrido de vez, vindo de longe, frequentava aquele local fechado de matas virgens, quase todos os dias. O nosso visitante, por ser caçador por esporte, ao passar por ali algumas vezes, não compreendia o fenômeno. Meio medroso que era, resolveu desvendar o mistério na companhia de amigos.

Por fim, desvendando o mistério, viu que o doido era inofensivo e podia continua nas suas viagens madrugadeiras e na sua louquice.


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