quinta-feira, 11 de junho de 2020

APRENDER E DECORAR

Vivemos num tempo em que quase é proibido decorar textos, assuntos escolares. O que se diz por aí  é que não se deve decorar porque a decoreba não é proveitosa, e sim, a aprendizagem. Pois bem. Decorar por decorar, eu sei, é mais específico para atores. Porém, em outros casos também funciona legitimamente, inclusive na escola. Foi decorando a tabuada, dia após dia, que eu e muitos da minha geração aprendeu. Foi repetindo a tabuada de dois, depois de três, quatro, até o fim, que hoje respondo sem titubear.

Os músicos aprenderam as notas através da decoração e repetição das mesmas. Os médicos conhecem uma carrada de nomes de substâncias, remédios, sintomas e contra-indicacões pelo mesmo processo. Os defensores do construtivismo, se forem da minha idade, provavelmente saibam muita coisa porque primeiro decoraram para depois aprenderem.

A geração dos estudantes de hoje, raríssimas exceções, sabem de coisas importantes para sua vida escolar.

Já testei oralmente em algumas turmas perguntas simples do passado e da atualidade. Numa turma de Ensino Médio de quase quarenta alunos, somente um respondeu, com muita luta, o nome de Dilma Rousseff, quando era presidente do Brasil. Que importância saber disso? Ora, se não sabemos o nome da maior autoridade do país, do que sabemos mesmo?

O mesmo ocorre com o desprezo do ensino da gramática. As regras de uma língua importa muito. Até por uma questão pedagógica e disciplinar, ela importa. A sistematização das regras ajudam na construção de um bom texto. A pobreza em relação à construção textual é grande na estudantada. As sementes plantadas na base germinam no topo. 

O texto acima é quase uma cópia de outros já produzidos por mim. É uma ideia repetida. É assim que também aprendemos.

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PROVÉRBIO

A candeia morta e a gaita à porta.